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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Forno Solar para Derretimento de Alumínio

Forno Solar para Derretimento de Alumínio no Uzbequistão

Vejam no site da Ecotecnologia
Link: Clique Aqui 

 Idéias para um mundo mais sustentável. A energia solar também pode entrar na área de metalugia. E esta não é uma idéia nova: Um padre português, cujo apelido era Himalaya por causa de sua altura, já possuia esse projeto desde o final do século XIX.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Desmistificando o Motor Movido à Água


Desmistificando o Motor Movido à Água

Depois de muito pesquisar, eu consegui o esquema do motor movido à água. Ele existe sim, mas depois de analisar o seu funcionamento, é preciso fazer algumas considerações: Primeiro vamos explicar como ele funciona e depois discutir o seu possível uso na nossa matriz energética.
O motor possui uma cuba eletrolítica, onde uma forte corrente elétrica produz uma centelha dentro da água, através de dois eletrodos de carvão. A forte corrente elétrica faz com que os íons H+ e OH-, combinem-se com os átomos de carbono dos eletrodos de carvão. Essa combinação faz com que se produzam gases, como o metano e o etano e, possivelmente, até mesmo os gases propano e butano. O propano e o butano são os gases que compõe o GLP (gás liquefeito de petróleo), o famoso gás de cozinha, e os gases metano e etano formam o GNV (gás natural veicular), que também tem sua origem na destilação do petróleo.
Os gases produzidos na cuba eletrolítica são encaminhados para um carburador comum de automóvel e, misturados com o ar, produzem a combustão que movimenta o carro. A energia gerada é bem maior do que a energia gasta para produzir a centelha elétrica que produz o gás.

Então onde está o problema?

O problema é que o combustível não é a água e sim o carvão.
O carvão vegetal, por exemplo, é fruto da energia solar que as plantas usam para fazer a fotossíntese e gerar compostos orgânicos com cadeias de carbono bastante complexas. Algumas dessas cadeias permanecem quando produzimos carvão, elas perdem água e os radicais OH, por exemplo. O que a água e a centelha elétrica fazem é hidratar pequenos grupos de carbono, produzindo gases. É um processo parecido a destilação do carvão.
Então, não existe motor movido à água! O que existe é um motor que transforma o carvão em gases usando a água. O combustível é o carvão!

Mas qual seria a taxa de consumo dos eletrodos de carvão?

Quanto tempo eles durariam?

Se fizermos nossos próprios eletrodos de carvão usando lenha em casa, o combustível de nossos automóveis sairia de graça?

Teríamos que fazer pesquisas para saber com que tempo teríamos de trocar os eletrodos de carvão.
Se o combustível sairia de graça, a resposta é não pois os eletrodos teriam que passar por algum processo para não quebrar, etc.

Mesmo assim, ficaria mais barato que a gasolina?

Se só meia dúzia de pessoas montarem este processo em seus automóveis, possivelmente sairia mais barato. Mas se uma frota de milhões de automóveis usar este processo, o preço do carvão iria disparar, e talvez ficasse mais caro que a gasolina (ou não), e os componentes para processar o carvão, para fazer eletrodos melhores, também teriam seus preços aumentados.
Se usarmos carvão mineral no lugar da gasolina, estaremos trocando um combustível fóssil e não renovável por outro. Se usarmos carvão vegetal, as florestas de eucalipto iriam disputar espaço com áreas de produção de alimentos, como ocorre com o etanol de cana-de-açúcar.
O carvão como combustível de automóvel foi usado no Brasil na época da Segunda Guerra Mundial. Com a SGM, todos os recursos possíveis foram deslocados para o esforço de guerra.  O Brasil que importava gasolina teve de racionar. Daí surgiu o Gasogênio: Um dispositivo que se apresentava como um grande tambor acoplado ao motor dos automóveis. Dentro desta câmara o carvão era aquecido e produzia gás, que por sua vez era direcionado ao carburador para fazer a combustão. O processo era altamente poluidor, soltava muita fumaça, mas funcionava.
Deixando as guerras e a história de lado, a solução mais limpa para os automóveis, além do carro elétrico, é o uso do hidrogênio. Usar desertos e regiões semi-áridas para produzir energia solar fotovoltaica e produzir, conseqüentemente, hidrogênio, é uma solução perfeitamente limpa. O hidrogênio pode ser usado nos automóveis e os escapamentos só teriam vapor de água como saída. Não poluiríamos o ar, não produziríamos os gases de efeito estufa que causam o aquecimento global, e daríamos muitos empregos nas regiões do semi-árido e dos desertos.
Soluções existem, mas motor que funcione exclusivamente à água, ainda não existe!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ilha das flôres

Documentário Ilha das Flores para quem ainda não viu:

Ilha das flôres 
Um curta metragem que trás a questão social, para vermos melhor o mundo em que vivemos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Potencial da Energia Eólica

Estudo mostra o potencial da Energia Eólica.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/09/ventos-do-mundo-podem-garantir-energia-limpa-ate-2030-diz-estudo.html

Petrobrás Polui os Mares

A Polícia Federal acusa a Petrobrás de poluir o mar com a chamada "água negra" vejam as reportagens:

Revista Época
http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/09/policia-federal-acusa-petrobras-de-poluir-o-oceano.html

UOL Notícias
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2012/09/10/policia-federal-acusa-petrobras-de-crimes-ambientais.htm

VEJA
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pf-acusa-petrobras-de-poluir-oceano-com-residuos-toxicos

Diário de Pernambuco
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2012/09/10/internas_economia,395683/pf-acusa-petrobras-de-despejar-residuos-toxicos-em-alto-mar.shtml

Correio da Bahia
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/policia-federal-acusa-petrobras-de-despejar-residuos-toxicos-no-oceano/

Não podemos deixar de divulgar, a Petrobrás faz propaganda de biocombustíveis, passando ao público a idéia de que é uma empresa politicamente correta. Se o público não ficar de olho, ela será apenas mais uma entre as grandes empresas de petróleo do mundo, que são as principais responsáveis pelo aquecimento global.
A Maldição do Petróleo:
Conhecida como a "maldição do petróleo", as dificuldades e desfechos que afetaram a maioria os países onde o "ouro" negro foi descoberto, são problemas que acompanham o desenvolvimento deste tipo de extração mineral. A maioria dos países exportadores de petróleo, pelo menos os vinte maiores, são ditaduras (16). Alguns são ditaduras monárquicas como Emirados Árabes e Arábia Saudita, outros como Gabão, Nigéria,  Congo e Angola possuem os menores índices de desenvolvimento humano. 
Onde as grandes corporações do petróleo chegam, instituem um governo paralelo, controlando os políticos através de corrupção. O povo nunca vê os resultados dessa riqueza, pelo contrário a pobreza aumenta.
Dizem que isto não vai acontecer com o Brasil pois somos um país democrático. Assim espero, mas assim como a mancha negra de poluição se espalha pelo mar, e os problemas respiratórios aumentam nas grandes cidades, a mancha negra da corrupção, também se espalha, "sujeira atrai sujeira".          

Esqueçam o pré sal, vamos construir o Pré Sol, energia Solar para produção de hidrogênio para substituir a gasolina e o óleo diesel na frota de automóveis e caminhões e criar empregos na região do semi-árido brasileiro.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Boa Notícia para a Energia Solar Brasileira

A ANEEL está estudando como será a regulamentação para empresas e casas produzirem e venderem energia solar para a rede elétrica nacional. Vejam o link do Jornal do Brasil - Clique aqui.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Vídeo Interessante

      Vídeo sobre Sustentabilidade e Educação:
      Fala sobre a construção de um espaço educativo em uma Comunidade de Baixa renda.
   
   

Clique aqui e assista

Novas Usinas Eólicas

Vejam a Reportagem!

http://ambientalistasemrede.wordpress.com/2012/07/14/bahia-inaugura-maior-complexo-eolico-da-america-latina/

      É incrível verificar como os projetos de usinas tanto Solares como as usinas Eólicas movimentam as economias locais onde elas se estabelecem. Além de produzirem energia renovável, essas usinas aquecem a economia, dando empregos sustentáveis (sustentáveis pois daqui a cem anos os ventos ainda estarão lá) criando novos negócios, etc. 
      O mesmo se deu com a economia na cidade de Tauá no Ceará onde foi implantada a usina solar do grupo MPX.     

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Menino vê se fecha a torneira!


Menino vê se fecha a torneira!


Em casa:

- Menino não esqueça de fechar a torneira quando estiver escovando os seus dentes! O mundo está ficando sem água!
- Não demore no banho! Tome banho rápido, senão a água do planeta vai acabar!

Na escola:

- Devemos economizar água!
- Quando economizamos estamos poupando os recursos do planeta. Devemos fechar a torneira quando ensaboamos a louça, fechar a torneira quando escovamos os dentes e ficar pouco tempo no banho! 

Na mídia:

- A água é um recurso escasso!
- Se continuarmos a desperdiçar a água, ela vai acabar!

Eu pergunto:

- É justo fazer este terrorismo com as crianças? Elas são culpadas? E nós consumidores somos culpados pela falta futura da água? Porque a mídia sempre joga a culpa no consumidor e defende as empresas e o governo? 
São perguntas que nunca aparecem na mídia e nem nos livros didáticos, porque as suas respostas comprometem empresas e governos, além de fazer as pessoas pensarem. É triste reconhecer que tanto livros didáticos como as mídias não instigam a crítica e a dúvida.
Precisamos colocar aqui algumas verdades. Aliás “Grandes Verdades Inconvenientes”.
A primeira verdade é que a água não vai acabar, NUNCA vai acabar: a água tem a mesma quantidade no planeta, desde milhões e milhões de anos e continuará assim. O que está diminuindo, acabando, são as fontes de água potável, ou seja, água que pode ser bebida.
As outras verdades são ainda mais desconcertantes:

- A água é 100% reciclável.
- 70% da água potável é consumida pelo agronegócio.
- Uma boa quantidade de água é consumida pelas indústrias.
- As indústrias e o agronegócio (não todas) devolvem ao meio uma água poluída.

Então de quem é a culpa?

Se a água é uma substância 100% reciclável e existem métodos e tecnologias para reciclá-la, a principal culpa de uma futura falta de água potável é dos Governos, principalmente, os Governos Estaduais e Municipais. Uma boa política de investimentos em saneamento básico pode recuperar até mesmo as águas de esgoto e fazer os peixes voltarem a viver em rios como o Tietê.
Não somente, saneamento, como também a fiscalização é responsabilidade dos órgãos governamentais. A cada dia que uma empresa polui um rio e o governo não multa, são milhões de reais que se somam ao lucro criminoso desta empresa, que se analisarmos bem, ela está recebendo uma ajuda criminosa de um Governo omisso.

Existem tecnologias tanto na agricultura quanto na indústria que podem despoluir e devolver uma água melhor ao meio ambiente. Posso citar algumas para aqueles que não conhecem o assunto: Proteção às nascentes, recuperação da mata ciliar, tanques de decantação, utilização de plantas aquáticas, diversos tipos de filtragem que as indústrias podem usar, são alguns exemplos. Hoje, temos tecnologias que transformam até a água do mar em água potável. Osmose reversa e recuperação da evaporação solar são algumas delas.

- Então, vale a pena, diante desse quadro fazer o seu filho se sentir culpado?

- Não seria melhor esclarecê-lo para quando ele for adulto cobrar dos Governos a sua responsabilidade?

Tanto as crianças como os adultos devem economizar água, mas também tem o direito de saber a verdade. A cidadania não pode ser construída com a omissão da verdade, tanto pela mídia como pelo Governo.
Há uma parte da mídia que está sempre apoiando o Governo e só fica contra ele quando é para defender seus anunciantes, diretos e indiretos, sendo que o Governo também é um bom anunciante.

- A mídia precisa mudar?
- Sim! A mídia precisa mudar. Mas a mídia não é o maior problema. A educação precisa mudar e com maior urgência!
Temos uma educação que aceita tudo que a mídia diz como verdade. Temos uma educação que não vai além do que está no livro didático. Temos uma educação que passa um conteúdo apenas para o aluno passar no vestibular e aumentar as estatísticas da escola. Temos uma educação feita para aqueles cinco alunos que tem possibilidades de passar no vestibular, enquanto aqueles outros mil da mesma escola ficam sem orientação.
O aluno pergunta:

- E se eu não passar no vestibular? O que vou fazer?

E eu pergunto:

- Qual o plano “B” para a vida deste aluno?
- Onde está o professor como orientador e não apenas como passador de conteúdo?
- Será que este aluno sabe que pode fazer cursos à distância até fora do país?
- Onde está o ensino profissionalizante?
- Onde está a educação para a cidadania?
- Onde está a educação para o empreendedorismo?
- Onde está a prática científica em laboratório?

Falar sobre a água, discutir sobre a água e até outras questões sobre sustentabilidade é muito importante, mas acabamos caindo na questão educacional e seus problemas. Isso sempre vai acontecer quando fizermos as perguntas certas. Talvez o problema seja esse, ou seja, nossa sociedade perdeu a capacidade de fazer análise de si mesma. Seja na mídia, na sala de aula, em casa ou no Governo.

Finalizando:

Seja água, energia, meio ambiente ou educação, devemos primeiro tirar a culpa de cima de nossos ombros, que muitos tentam nos impor, e começar a cobrar a responsabilidade devida dos governantes. Não é fechando a torneira na hora de escovar os dentes que vamos mudar as coisas. Fechar a torneira pode ajudar a melhorar as coisas, mas não a resolver os problemas. O que resolve problemas está mais ligado a questões políticas e ao mercado, ou seja, ao voto e ao lucro. Não comprar um produto de uma empresa poluidora ou exploradora de seus funcionários atinge diretamente onde mais dói em uma pessoa jurídica com fins lucrativos, “o lucro”. Escolher um político coerente e que tenha preocupação ambiental e social para votar, também é uma maneira de agir eficazmente.
Então, porque não começar conversando com vizinhos, colegas de trabalho, reuniões religiosas, etc., sobre esses problemas. A sustentabilidade começa em uma Educação sustentável, passa pelo consumo consciente e sustentável e chega a uma produção econômica sustentável.

Walder Antonio Teixeira

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre Pilhas e Baterias


Sobre Pilhas e Baterias

Existem produtos que contaminam os lixões e os depósitos de lixo e impedem que ele possa ter usos como adubo, etc. Eles contêm metais considerados perigosos como o mercúrio, o chumbo, cádmio, níquel, manganês e zinco.



Tais produtos deveriam ser recolhidos, desmontados e suas partes recicladas pela indústria que os fabricou. São lâmpadas fluorescentes, pneus, material médico-hospitalar, pilhas, baterias, etc.

As pilhas e baterias contêm metais pesados, que junto com o chorume do lixo, contaminam os lençóis freáticos, os rios e os lagos. A água contaminada por esses materiais além de fazer mal ao ser humano em seu consumo direto, também pode contaminar lavouras e animais, levando à mesa das pessoas um alimento impróprio para o consumo.

Mas como diminuir as pilhas e baterias em nossa vida?

Algumas sugestões:



- Lembram-se daqueles despertadores super chatos com campainha em cima? Eles funcionavam com corda. Hoje é difícil achar um, mas ainda existem. Você não precisa usar como despertador, mas pode usar para ver as horas e ainda serve de decoração, pois alguns são muito bonitos.



- Que tal o antigo relógio de parede? Aquele que toca a todas as horas, que tem pêndulo. Além de ser chique, também é movido a corda. Hoje ele é considerado um artigo de luxo encontrado em lojas de antiguidades. Mas sempre tem um na casa de um avô ou avó, ou na casa de um parente do interior.



- Existe, também, o relógio de pulso à corda. Ele tem um pino que ao ser girado para um lado e outro enrola a pequena corda que move os ponteiros. Existe um que carrega a corda com o movimento do braço.



- Evitar trocar o celular com freqüência também ajuda a diminuir o número de  baterias nos lixões, além de economizar no orçamento.

- Se precisar de lanternas ou aparelhos que usem eletricidade independente da rede, procure por aqueles que tenham baterias recarregáveis em vez de pilhas. Assim, demora muito mais para a bateria chegar ao lixão ou ser reciclada.

- Calculadoras de mesa? Dê preferência àquelas que têm fio e são ligadas diretamente na eletricidade da tomada. Para sua mesa de escritório: algumas calculadoras vêm com dupla alimentação, pois pode usar pilha  ou ligar na rede elétrica. Neste caso ligue na rede e não use pilhas.



- Brinquedos de corda? Não sei se existem ainda, mas deviam continuar existindo. Os brinquedos modernos são deixados de lado pelas crianças quando a pilha acaba. Melhor é comprar um jogo pedagógico ou brinquedos que a própria criança pode montar.



- Brinquedos – Jogos de tabuleiros são uma boa opção, desde que não sejam aqueles que ensinam coisas como guerras, domínios, etc. e também não ensinem práticas econômicas criminosas (Monopoly, Monopólio em português). Os jogos de tabuleiro são ótimos para tirar as crianças e adolescentes da tela do computador e da televisão e eles sempre aprendem coisas novas.

- Diminuir o consumismo.



Sobre o consumismo devemos nos aprofundar:

Temos nos dias de hoje, o vídeo game do filho, o computador do filho, o game boy do filho, o celular do filho, o tablet do filho, o notebook do filho, a tv digital no quarto do filho, o ponto de tv a cabo no quanto do filho, etc. tudo ao mesmo tempo. Será que este filho não está ficando caro demais? O que ele está aprendendo com isto? Será que ele não está ficando anti-social com as suas máquinas? E se tivermos mais de um filho multiplicaremos tudo isso por dois, três ou quatro?

Quando era garoto, eu estudava em colégio público que funcionava como um colégio particular barato comparado com os dias de hoje. Meus pais usavam o sistema público de saúde, que funcionava como o atendimento de um plano de saúde particular de hoje. O meu custo como filho era quase nenhum. Atualmente, temos que usar colégios particulares, planos de saúde, plano dentário, etc. O custo “filho” é muito alto, só no item escolas têm a mensalidade, uniformes, materiais, livros, lanches, etc. Se somarmos tudo isso aos vários aparelhos do “filho” citados anteriormente teremos um valor astronômico. Então, são necessários, realmente, todos esses aparelhos? Não seria melhor se os filhos e as filhas estivessem cientes das finanças da família e terem de optar por este ou aquele aparelho? Eles aprenderiam sobre prioridades, sobre finanças pessoais entre outras coisas.

Voltando aos aparelhos: Alguns desses aparelhos “do filho” são redundantes. Se for para jogar dê preferência a um computador em vez de um vídeo game, simplesmente pelo fato do computador poder ser usado para outras coisas. Mas e o amigo do filho? Não dá para jogar dois ao mesmo tempo. Melhor ainda, eles terão que aprender a compartilhar, cada um terá sua vez. Com um bom joystick, os jogos em 3D ficam muito mais interessantes no computador, pois pelo fato de   estar mais próximo a tela a sensação de imersão dentro do jogo é maior.  Notebook, tablet, celular ou game boy? Game boy é inútil e precisa de bateria! Se quiser jogar vá para o computador! Se quiser jogar fora de casa use o celular! Notebook ou laptop e computador ou desktop são a mesma coisa, se for para jogar o melhor é o desktop (tela maior, mais espaço para placas aceleradoras de vídeo e memória). O celular é muito útil para a comunicação com seu filho, o tablet por enquanto ainda é uma loja de internet, quando o tablet assumir maiores funções, ele poderá substituir o computador.  

Quando acabou a pilha do meu relógio de cozinha, procurei um despertador à corda. Hoje quem mais usa o despertador é meu filho, pois além de poder ver as horas de longe, ele usa como despertador matinal, pois a música do celular não é suficiente para acordá-lo. 

Eu estou feliz com meu despertador movido à corda. Como disse, aposentei o relógio de parede da cozinha, que de vez em quando eu tinha de trocar a pilha. Estou procurando um relógio de parede à corda, mas os que eu encontrei, achei caro, pois são vendidos como antiguidade. Ainda vou achar um no preço que quero.

Em 2011 utilizei um “Soroban”, um ábaco japonês como calculadora na minha mesa de trabalho. Não, não é brincadeira, neste ano eu estava trabalhando com análise de notas fiscais e descobri que para somas o soroban era tão rápido como uma calculadora. É preciso um pequeno tempo de aprendizado, mas é ótimo para exercitar a mente.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Em defesa da Energia Solar




Costumo acompanhar sempre reportagens e debates na televisão ou na internet, sobre os problemas energéticos, matriz energética, problemas ambientais relativos a matriz energética, etc. Há uma semana atrás assisti a um programa, não sei se era ao vivo ou se era gravado, que entrevistava duas autoridades: uma relacionada ao governo outra estava ligada à indústria nuclear. Não vou citar nomes, pois de agora em diante vou assumir uma postura mais positiva e evitar críticas, dirigindo minha retórica para apresentar informações mais detalhadas ao público, e possíveis soluções para os problemas, tanto de energia como de sustentabilidade em geral.

O que me chamou a atenção nesta entrevista foi: A absoluta concordância entre as autoridades. E também, chamou a atenção, a forma como desdenharam a Energia Solar colocando os mesmos argumentos de sempre. Primeiro disseram que a Energia Solar Fotovoltaica é muito cara ainda. Segundo, que a Energia Solar Fotovoltaica emite gás carbônico em seu processo de criação. Terceiro, que a Energia Solar Fotovoltaica é intermitente e suas usinas não operam à noite ou quando não há sol. Quarto, que a Energia Solar Fotovoltaica possui patentes e as usinas teriam de comprar os painéis de empresas estrangeiras.

Vamos ver item por item, mas primeiro quero dizer que eles evitaram falar sobre o uso de Energia Solar para outros fins que não são o de gerar eletricidade, simplesmente porque os outros usos não competem com suas usinas nucleares. Mas porquê eu usei negrito na palavra Fotovoltaica? É simples: Quis chamar a atenção desta palavra que eles não a usaram diretamente, mas era disso que estavam falando. O que eles não dizem é que existem outras formas de usar Energia Solar para gerar eletricidade que não usam painéis Fotovoltaicos, o que explicarei a seguir.

Existem várias formas de transformar a Energia Solar em eletricidade. A mais conhecida é a que utiliza painéis fotovoltaicos, e transforma diretamente a luz em eletricidade, usando materiais semicondutores. Esses materiais são produzidos da mesma forma que se produz os chips de computadores.
Vou expor aqui algumas dessas outras formas e explicar o seu funcionamento:

- Torre Solar Térmica.
- Torre Solar de Convecção.
- Refletores parabólicos com sistema Stirling.
- Painéis Semiparabólicos com tubo de vácuo.

A Torre Solar Térmica funciona com uma matriz de espelhos planos que acompanham o movimento do sol e refletem a luz solar para uma torre onde se encontra um sistema de serpentinas de água. A água passa pela torre e absorve o calor. A água em ebulição é direcionada para uma turbina à vapor, que por sua vez move um grande gerador elétrico produzindo eletricidade.

Clique aqui para ver Torre Térmica (esta torre usa sal derretido que funciona como uma grande bateria - o reservatório de sal permanece quente e produz eletricidade à noite).

Já a Torre Solar de Convecção é composta de uma imensa torre e uma grande área coberta com plástico. Atuando como uma grande estufa, a área com plástico aquece o ar que sobe indo em direção a base da torre onde se encontram aerogeradores que produzem eletricidade. A diferença de temperatura entre o ar aquecido na base da torre e o ar no topo da torre provocam um rápido movimento do ar (convecção) em direção ao topo da torre.

Clique aqui para ver a Torre de Convecção

Os Refletores Parabólicos são como grandes antenas de satélite que acompanham o movimento do sol. Eles são espelhados e concentram a luz no foco da parábola, onde existe um gerador Stirling. O gerador Stirling produz eletricidade através do aquecimento de um gás. As usinas que usam este processo possuem uma matriz com grande número de refletores parabólicos.

Clique aqui para ver o Sistema Stirling

Os Painéis Semiparabólicos são como canaletas que refletem a luz por um tubo que passa em seu centro. Este tubo é composto por um cano metálico preto onde passa água, e que fica no centro de um outro tubo de vidro. Entre o tubo de metal e o tubo de vidro existe vácuo. O vácuo faz com que haja pouca ou nenhuma perda de calor por convecção, fazendo com que a água ferva e produza vapor, que por sua vez moverá uma turbina.

Clique aqui para ver os painéis

Com estas explicações é fácil de entender porque a discussão fica muito pobre quando apenas se discute o processo fotovoltaico. Na nossa interpretação, ou as autoridades realmente não conhecem o assunto ou estão omitindo deliberadamente.

Vamos continuar, então, com nossa argumentação em defesa da Energia Solar:

O primeiro argumento se refere ao fato de a Energia Solar ser muito cara. Eu contesto este argumento perguntando se estão falando somente de painéis fotovoltaicos. Será que já fizeram as contas envolvendo as outras formas de gerar eletricidade com Energia Solar?

O segundo argumento diz que a Energia Solar produz emissão de gás carbônico em sua confecção. Na verdade estão falando das placas de dispositivos semicondutores dos painéis fotovoltaicos. Este processo usa fornos de alta temperatura para dopar os materiais semicondutores com elementos eletronegativos ou eletropositivos. Citar isso como argumento é vergonhoso, pois este procedimento só acontece no momento de sua fabricação e não acontece mais durante seus dez ou vinte anos de uso, além disso pode-se usar fornos elétricos cuja eletricidade poderia vir de fontes não poluentes. De qualquer forma este argumento, novamente, está se referindo ao sistema fotovoltaico e não expande o tema da discussão.

O terceiro argumento fala da intermitência da Energia Solar, ou seja, uma usina solar não funcionaria à noite ou em dias de chuva. Existem várias soluções para esse problema. No caso do Brasil que possui muitas hidrelétricas, as usinas solares poderiam ser acopladas a elas. Com a usina solar funcionando durante o dia, a hidrelétrica diminuiria a sua produção poupando a água do seu reservatório para que sobre mais água nos períodos de seca, e durante a noite a hidrelétrica funcionaria com todo o seu rendimento. Assim, poderíamos evitar o perigo da baixa dos reservatórios nas épocas de seca como aconteceu no apagão de 2001. Outra forma de resolver o problema da intermitência é a usina solar usar uma parte de sua eletricidade para produzir hidrogênio. O hidrogênio seria usado em uma turbina durante a noite, fazendo com que a usina funcione durante as 24 horas do dia.

Este sujeito faz hidrogênio solar no quintal de sua casa: Clique aqui 

A união entre eletricidade de origem solar e produção de hidrogênio é uma solução que pode ser usada até para a frota de automóveis, pois a queima do hidrogênio produz vapor de água, ou seja, “zero carbono”.

O quarto e último argumento diz que os materiais das usinas solares precisam ser importados ou as empresas brasileiras se quisessem produzir esses materiais precisariam pagar patentes. Novamente se fala da indústria de semicondutores, e omite as outras formas que citei. Mas e as turbinas e os geradores das hidrelétricas, também não são importados? E as outras formas de gerar eletricidade solar? Será que é preciso pagar patente para usar espelhos? Qualquer modificação em um detalhe de uma dessas torres que descrevi criaria uma nova patente, basta investir em pesquisa e teríamos nossas próprias patentes.

Mas vamos esquecer esses argumentos e vamos supor, então, que todas as formas de Energia Solar sejam caras e que a energia nuclear seja mais barata. Mesmo assim, um único acidente em uma usina nuclear pode mudar tudo. O problema é que nós, o povo, pagaremos com os nossos impostos as indenizações pelas mortes e doenças, e pelos imóveis que perderão o valor. Porque essas empresas que ficam com o lucro da venda da energia nuclear não ficam com a responsabilidade das indenizações? Se as empresas de energia nuclear tivessem que fazer seguro para acidentes (imagine o tamanho do seguro), será que o valor da energia nuclear seria o mesmo? Quanto vale uma vida? Quanto vale a sua saúde?

Mas vamos continuar supondo que todas as formas de Energia Solar tenham um custo de produção maior que o custo de venda. Mesmo nesse caso valeria a pena o governo subsidiar a Energia Solar, pois as regiões que possuem sol o ano inteiro são as mesmas que são afetadas pela seca e possuem alto índice de pobreza. A região do agreste nordestino, seria muito beneficiada com novos empregos, comércio e renda. E isto já está acontecendo: A cidade cearense de Tauá possui uma usina solar em funcionamento baseada no sistema fotovoltaico. Esta usina já mudou o perfil da cidade, ativou o comércio, e duas fábricas já se mudaram para lá. Leia as reportagens:


http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/tag/usina-solar-de-taua/

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=335474&modulo=968
   
Os vídeos que postei aqui falam por si mesmos! Já existem as tecnologias necessárias e muitas empresas e países já estão investindo em Energia Solar. Ao assistir os vídeos acima, eu pergunto o que faz uma pessoa ir à televisão para defender usinas nucleares?

Se o Brasil não aderir a Era Solar não será por falta de tecnologia, não será por falta de dinheiro, talvez seja apenas por falta de amor à natureza e aos seres vivos, incluindo aí o ser humano.

Walder Antonio Teixeira
O Homem Solar

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Energia Nuclear, Fukushima e a Zona Morta


Energia Nuclear, Fukushima e a Zona Morta

Um conceito que deveria ser introduzido nos movimentos ambientalistas e até no meio governamental, é o de “Zona Morta” ou “Zona Morta Nuclear”.
O que seria esta Zona Morta?
No desastre nuclear de Fukushima no Japão, logo depois do terremoto e conseqüente tsunami, foram evacuadas todas as pessoas em um raio de 20 km. Essas pessoas não poderão mais voltar para suas casas, ou poderão depois de algumas centenas de anos.
Isto significa que uma área de raio de 20 km, ou seja, mais de um milhão e duzentos mil quilômetros quadrados se transformaram em uma “Zona Morta”. Mesmo que uma boa parte desta área seja no mar, ainda sim representam uma grande área, onde se poderia plantar, morar, estudar, enfim viver. No entanto, tornou-se um território inútil economicamente. Para um país como o Japão que tem pouco espaço e uma grande população foi um grande golpe.
O governo Japonês construiu, rapidamente, casas em outros locais para acomodar a população. Mas e os outros imóveis, os negócios perdidos, os empregos perdidos para onde foram? Por quê o governo, ou melhor, o contribuinte tem de pagar pelos erros de uma empresa e burocratas do governo?
Se as empresas de energia nuclear tivessem que pagar por todos os imóveis, tanto comerciais, quanto às casas, escolas, etc., além de pagar também pelo tratamento médico da população local durante muitos anos será que elas iriam querer construir usinas nucleares?
Se as empresas tivessem que pagar por tudo isso, imaginem o tamanho do valor do seguro que teriam de fazer. A partir daí, a energia nuclear se tornaria inviável economicamente?
Como assim inviável economicamente?
A energia nuclear nunca foi viável economicamente!
Com exceção de países como o Japão e a França que não tiveram muitas outras opções, a maioria dos países investiu em energia nuclear para produzir bombas atômicas. Inclusive o Brasil. Resquícios da corrida armamentista entre o Brasil e a Argentina na década de 70, onde ambos os países eram ditaduras militares, nossas usinas atômicas ultrapassadas são um convite para futuros acidentes.  
Ao pensar em "Zona Morta" uma pergunta surge: Como Hiroshima e Nagasaki, onde explodiram as bombas atômicas, não são hoje Zonas Mortas como é o caso de Chernobyl?
No caso de uma explosão atômica a maior parte do material radioativo é consumido na reação em cadeia e se transforma em elementos mais estáveis. A energia de uma explosão atômica é liberada de uma vez em poucos segundos, fazendo o que um reator nuclear faria durante anos em operação. Um vazamento radioativo de uma usina nuclear libera uma quantidade de material que não é consumido/transformado em alguns segundos como em uma explosão, ou sob controle em alguns anos como em um reator nuclear, mas sim em centenas ou milhares de anos. Isto não quer dizer que a região não fique radioativa. Ela fica mas pode ser recuperada e usada bem antes. Assim podemos explicar (em parte) como Hiroshima hoje é habitada e como Chernobyl não é e não será por muito tempo.
Finalizando, as empresas lucram com o negócio mais arriscado do mundo e a população e os governos pagam pelos desastres. Isto é ilógico, é incoerente, é inconveniente, é imoral, é antiético, e é desumano.
A “Zona Morta” de Fukushima vai se somar a “Zona Morta” de Chernobyl, onde só vivem plantas, e assim, de desastre em desastre, de “Zona Morta” em “Zona Morta”, vamos anulando economicamente partes da superfície da terra. Esta é mais uma das excrescências que estamos deixando para as futuras gerações.
Este é um assunto importante que não poderia deixar ser discutido na RIO + 20.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Finalmente: Quem produz Eletricidade terá desconto


A Resolução Normativa nº 482 de 17 de abril de 2012 da ANEEL, coloca as normas para empresas e residências, que produzirem eletricidade alternativa, seja mini-hidrelétricas, placas solares ou geradores eólicos, possam receber desconto em suas contas de eletricidade por ligar sua produção na rede. É um grande passo considerando o atraso do Brasil nesta área, mas esta resolução apresenta alguns problemas:
O primeiro problema é que é uma forma de subsidio bastante lenta, pois levará muito tempo para se pagar o investimento.
O  segundo problema é que a segurança e instalação de equipamentos internos são caros: inversores, etc.
O terceiro problema é que o custo de outro relógio que marca o quanto a residência ou empresa produziu é por conta do próprio usuário.
O quarto problema é que se a empresa ou a residência produzir mais do que gasta, ela não receberá pelo excedente.
Este último é a meu ver um verdadeiro roubo! Imagine milhares de empresas e residências produzindo eletricidade. Eles terão desconto sim, mas se a empresa quiser zerar seu gasto terá de investir e produzir um pouco além de seu consumo. Então, a distribuidora poderá contar com um excedente, que somado a outros milhares de pequenos produtores criará uma quantia de eletricidade que poderá ser comercializada pela distribuidora. Assim, como sempre, as grandes empresas aumentam seu lucro sem precisar fazer investimentos.
Há duas maneiras de usar em residências os geradores eólicos e as placas solares: Um é ligando na rede externa como está sendo proposto pela instrução normativa da ANEEL, e outro é tendo duas redes em casa. Uma rede alternativa ligada a aparelhos específicos como geladeiras e televisores cuja origem é solar ou eólica e a outra seria externa da distribuidora ligada ao sistema de iluminação (principalmente). As duas opções precisam de investimentos: como circuitos inversores, etc., e as duas no final diminuem a sua conta. 
A opção dada pela ANEEL é mais interessante pois o usuário não precisará comprar baterias. Além disso, se o usuário optar por uma rede interna, haverá momentos em que sua rede interna não será usada, as placas solares continuariam produzindo e as baterias já estariam totalmente carregadas. Neste caso o excedente poderia ir para a iluminação, mas como a iluminação estaria na rede externa, este excedente de energia não seria usado.
Concluindo: Nas duas opções sua conta vai diminuir, mas no esquema da Instrução Normativa 482, ela seria ligeiramente menor. O custo do novo "Relógio" não deve ser levado em conta, pois em uma outra opção (rede interna isolada) o usuário teria de comprar baterias no lugar do medidor de produção.
Esperamos que um novo passo seja dado, ou com o pagamento do excedente, ou com o subsídio ou crédito no momento da compra de placas solares e geradores eólicos.
Walder Antonio Teixeira   

segunda-feira, 23 de abril de 2012


Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA
DOU de 19/04/2012 (nº 76, Seção 1, pág. 53)
Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências.
O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL, no uso de suas atribuições regimentais, de acordo com deliberação da Diretoria, tendo em vista o disposto na Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, no art. 4º, inciso XX, Anexo I, do Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de 1997, na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, na Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, no Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, o que consta no Processo nº 48500.004924/2010-51 e considerando: as contribuições recebidas na Consulta Pública nº 15/2010, realizada por intercâmbio documental no período de 10 de setembro a 9 de novembro de 2010 e as contribuições recebidas na Audiência Pública nº 42/2011, realizadas no período de 11 de agosto a 14 de outubro de 2011, resolve:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Estabelecer as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica.
Art. 2º - Para efeitos desta Resolução, ficam adotadas as seguintes definições:
I - microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 100 kW e que utilize fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;
II - minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW para fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;
III - sistema de compensação de energia elétrica: sistema no qual a energia ativa gerada por unidade consumidora com microgeração distribuída ou minigeração distribuída compense o consumo de energia elétrica ativa.
CAPÍTULO II
DO ACESSO AOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Art. 3º - As distribuidoras deverão adequar seus sistemas comerciais e elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso de microgeração e minigeração distribuída, utilizando como referência os Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional - PRODIST, as normas técnicas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais.
§ 1º - O prazo para a distribuidora efetuar as alterações de que trata o caput e publicar as referidas normas técnicas em seu endereço eletrônico é de 240 (duzentos e quarenta) dias, contados da publicação desta Resolução.
§ 2º - Após o prazo do § 1º, a distribuidora deverá atender às solicitações de acesso para microgeradores e minigeradores distribuídos nos termos da Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST.
Art. 4º - Fica dispensada a assinatura de contratos de uso e conexão para a central geradora que participe do sistema de compensação de energia elétrica da distribuidora, nos termos do Capítulo III, sendo suficiente a celebração de Acordo Operativo para os minigeradores ou do Relacionamento Operacional para os microgeradores.
Art. 5º - Caso seja necessário realizar ampliações ou reforços no sistema de distribuição em função da conexão de centrais geradoras participantes do sistema de compensação de energia elétrica, a distribuidora deverá observar o disposto no Módulo 3 do PRODIST.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Art. 6º - O consumidor poderá aderir ao sistema de compensação de energia elétrica, observadas as disposições desta Resolução.
Art. 7º - No faturamento de unidade consumidora integrante do sistema de compensação de energia elétrica deverão ser observados os seguintes procedimentos:
I - deverá ser cobrado, no mínimo, o valor referente ao custo de disponibilidade para o consumidor do grupo B, ou da demanda contratada para o consumidor do grupo A, conforme o caso.
II - o consumo a ser faturado, referente à energia elétrica ativa, é a diferença entre a energia consumida e a injetada, por posto horário, quando for o caso, devendo a distribuidora utilizar o excedente que não tenha sido compensado no ciclo de faturamento corrente para abater o consumo medido em meses subseqüentes.
III - caso a energia ativa injetada em um determinado posto horário seja superior à energia ativa consumida, a diferença deverá ser utilizada, preferencialmente, para compensação em outros postos horários dentro do mesmo ciclo de faturamento, devendo, ainda, ser observada a relação entre os valores das tarifas de energia, se houver.
IV - os montantes de energia ativa injetada que não tenham sido compensados na própria unidade consumidora poderão ser utilizados para compensar o consumo de outras unidades previamente cadastradas para este fim e atendidas pela mesma distribuidora, cujo titular seja o mesmo da unidade com sistema de compensação de energia elétrica, ou cujas unidades consumidoras forem reunidas por comunhão de interesses de fato ou de direito.
V - o consumidor deverá definir a ordem de prioridade das unidades consumidoras participantes do sistema de compensação de energia elétrica.
VI - os créditos de energia ativa gerada por meio do sistema de compensação de energia elétrica expirarão 36 (trinta e seis) meses após a data do faturamento, não fazendo jus o consumidor a qualquer forma de compensação após o seu vencimento, e serão revertidos em prol da modicidade tarifária.
VII - a fatura deverá conter a informação de eventual saldo positivo de energia ativa para o ciclo subsequente, em quilowatt-hora (kWh), por posto horário, quando for o caso, e também o total de créditos que expirarão no próximo ciclo.
VIII - os montantes líquidos apurados no sistema de compensação de energia serão considerados no cálculo da sobrecontratação de energia para efeitos tarifários, sem reflexos na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, devendo ser registrados contabilmente, pela distribuidora, conforme disposto no Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica.
Parágrafo único - Aplica-se de forma complementar as disposições da Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010, relativas aos procedimentos para faturamento.
CAPÍTULO IV
DA MEDIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Art. 8º - Os custos referentes à adequação do sistema de medição, necessário para implantar o sistema de compensação de energia elétrica, são de responsabilidade do interessado.
§ 1º - O custo de adequação a que se refere o caput é a diferença entre o custo dos componentes do sistema de medição requerido para o sistema de compensação de energia elétrica e o custo do medidor convencional utilizado em unidades consumidoras do mesmo nível de tensão.
§ 2º - Os equipamentos de medição instalados nos termos do caput deverão atender às especificações técnicas do PRODIST e da distribuidora.
§ 3º - Os equipamentos de que trata o caput deverão ser cedidos sem ônus às respectivas Concessionárias e Permissionárias de Distribuição, as quais farão o registro contábil no Ativo Imobilizado, tendo como contrapartida Obrigações Vinculadas à Concessão de Serviço Público de Energia Elétrica.
Art. 9º - Após a adequação do sistema de medição, a distribuidora será responsável pela sua operação e manutenção, incluindo os custos de eventual substituição ou adequação.
Art. 10 - A distribuidora deverá adequar o sistema de medição dentro do prazo para realização da vistoria e ligação das instalações e iniciar o sistema de compensação de energia elétrica assim que for aprovado o ponto de conexão, conforme procedimentos e prazos estabelecidos na seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST.
CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES POR DANO AO SISTEMA ELÉTRICO
Art. 11 - Aplica-se o estabelecido no caput e no inciso II do art. 164 da Resolução Normativa nº 414 de 9 de setembro de 2010, no caso de dano ao sistema elétrico de distribuição comprovadamente ocasionado por microgeração ou minigeração distribuída incentivada.
Art. 12 - Aplica-se o estabelecido no art. 170 da Resolução Normativa nº 414, de 2010, no caso de o consumidor gerar energia elétrica na sua unidade consumidora sem observar as normas e padrões da distribuidora local.
Parágrafo único - Caso seja comprovado que houve irregularidade na unidade consumidora, nos termos do caput, os créditos de energia ativa gerados no respectivo período não poderão ser utilizados no sistema de compensação de energia elétrica.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13 - Compete à distribuidora a responsabilidade pela coleta das informações das unidades geradoras junto aos microgeradores e minigeradores distribuídos e envio dos dados constantes nos Anexos das Resoluções Normativas nos 390 e 391, ambas de 15 de dezembro de 2009, para a ANEEL.
Art. 14 - Ficam aprovadas as revisões 4 do Módulo 1 - Introdução, e 4 do Módulo 3 - Acesso ao Sistema de Distribuição, do PRODIST, de forma a contemplar a inclusão da Seção 3.7 - Acesso de Micro e Minigeração Distribuída com as adequações necessárias nesse Módulo.
Art. 15 - A ANEEL irá revisar esta Resolução em até cinco anos após sua publicação.
Art. 16 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

NELSON JOSÉ HÜBNER MOREIRA

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pré Sal: A Nova Califórnia


Pré Sal: A Nova Califórnia

“A Nova Califórnia” é um conto de Lima Barreto, em que uma pequena cidade chamada Tubiacanga passa por uma verdadeira convulsão social. No conto, um alquimista chamado Flamel chega, e demonstra para três pessoas importantes da cidade um experimento onde transforma osso em ouro. Os três começam a roubar túmulos no cemitério da cidade. Com o tempo as pessoas descobrem que o alquimista criou um método de transformar ossos em ouro. Sem mesmo ter certeza da veracidade da descoberta a população de Tubiacanga se precipita no cemitério da cidade para roubar os ossos dos mortos, e como não bastasse os ossos dos mortos, ocorrem alguns assassinatos para conseguir mais ossos. O único que não se envolve na loucura da febre do ouro é um bêbado, que parece ser a pessoa mais sóbria da história. O conto termina com o cemitério da cidade todo revirado, algumas mortes, o alquimista desaparecido e sem nenhum osso virar ouro.
A rede Globo fez uma novela chamada “Fera Ferida”, onde usa alguns elementos do conto de Lima Barreto. A novela fez muito sucesso e usou parte do roteiro de “A Nova Califórnia” onde um alquimista descobre como transformar osso em ouro.
Mas o que isto tem a ver com o nosso pré-sal?
Não, não é a característica de ser uma descoberta inviável, o petróleo existe e pode ser extraído. O que me fez lembrar deste conto é a ganância dos governadores e deputados disputando os royalties de algo que ainda não se sabe quanto vai render. Desesperados cada um corre atrás de seu osso.
O caso do pré-sal brasileiro deve ser encarado de uma forma real, sem o sonho de que ele resolverá todos os nossos problemas. Existem muitos “SE” relacionados ao pré-sal, e também analisando pelo lado econômico, existe uma janela de oportunidade para ele.
O petróleo do pré-sal é um petróleo caro! Sua extração exige investimentos altíssimos! O retorno desse investimento será a longo prazo (décadas talvez)!
É preciso perguntar:
- Já existe tecnologia para extrair a parte do pré-sal que está a sete mil metros?
- Já existe tecnologia para fechar os poços em caso de acidentes nesta profundidade?
- Qual o custo dos acidentes em termos ambientais? Para a pesca? Para as praias (turismo)? Para a vida marinha?
- O custo dos possíveis acidentes e suas medidas de reparo foram contabilizados quando se afirma que irão precisar de US$ 600 bilhões de investimentos?
- As empresas de petróleo irão ressarcir, em caso de acidentes, os pescadores, as empresas de turismo, além de retirar todo óleo do mar e fechar os vazamentos?
Mesmo que essas perguntas sejam respondidas de uma maneira positiva, o que duvidamos, sobram problemas e perguntas ainda mais intrigantes:
A janela de oportunidade está entre um petróleo mais caro e o momento em que as grandes economias do mundo optarem por outro modelo de matriz energética, uma matriz limpa e sustentável. O que isso quer dizer?
Em uma nova matriz energética (de carbono zero) que privilegie o hidrogênio, o biodiesel e o etanol, seja feito algas, celulose ou cana-de-açúcar, para a frota de veículos, o petróleo terá a partir deste momento uma demanda menor, o que baixará os seus preços. Este fato dará uma sobrevida as reservas que tem um baixo custo de extração (Oriente Médio), tornando inviável o retorno do investimento no pré-sal. Alguns Afirmam: Mas isto será muito difícil de acontecer! As empresas de petróleo não deixarão! Muitas dessas empresas já estão investindo em energias alternativas, e se em algum momento, fazer biodiesel de algas e abastecer carros com hidrogênio feito com eletricidade de origem solar ficar mais barato, elas mesmas poderão optar por este caminho. O hidrogênio pode ser feito em qualquer lugar que houver eletricidade, e ele pode usar o mesmo esquema de distribuição da gasolina, fazendo com que as grandes empresas não percam o patrimônio em postos de distribuição.
Para isto acontecer, basta o governo americano decidir subsidiar as energias alternativas, o que politicamente é muito interessante para eles, pois poderão ter uma maior independência em relação as fontes energéticas externas. Esta é uma simples decisão que pode derrubar o castelo de ilusões criado pelos tecnocratas do nosso governo.
Somando-se a esse risco restam as perguntas que ninguém faz mas deviam fazer:
- Quem irá pagar pelos 600 bilhões?
- Continuaremos com uma gasolina cara para subsidiar a construção de novas plataformas de extração?
- Se nós pagamos gasolina cara para subsidiar construção de plataformas porquê nós não ficamos com o lucro?
- E as alterações climáticas provocadas pelo CO2? Quem paga?
- As indústrias do petróleo não deveriam pagar pelas enchentes, secas, ilhas e países desaparecendo?
- Os custos do investimento não deveriam prever custos de seguro em caso de tragédias provocadas pelo aquecimento global, como tornados, furacões?
- As petrolíferas não deveriam pagar pelas casas e pelos entes queridos que as pessoas perderem?
- Porquê nós, o povo, temos que pagar com nossos impostos pelas tragédias das alterações climáticas, enquanto as empresas petrolíferas que são as responsáveis pelo aumento do CO2 e pelas alterações climáticas ficam apenas com o lucro?
Finalizando:
E SE,

- E se 600 bilhões fossem investidos em energias limpas e renováveis?
- E se uma parte deste valor fosse investido em educação?
- E se usarmos a plataforma continental para produzir pescado, algas para biodiesel e etanol?
- E se deixarmos o pré-sal quieto?
Eu não quero pagar 600 bilhões para sujar o ar, sujar os mares, destruir a vida marinha e dar lucro a empresários. Quanto aos royalties, se os políticos que até hoje não fizeram nada pela Saúde, pela Educação e pelo saneamento básico, porquê passariam a fazer com mais esta verba? Esse osso talvez vire ouro apenas para eles.

Walder Antonio Teixeira