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terça-feira, 29 de outubro de 2013

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Viva a Amazônia Amarela!

Viva a Amazônia Amarela!
Por Walder Antonio Teixeira



Porquê a Amazônia Azul e não Amazônia Amarela?
Estamos vivendo uma época de mudança de paradigmas em vários sentidos, mas uma mudança é crucial: A mudança do modelo econômico baseado no consumo de energias fósseis. A questão energética, ou do modelo energético, é crucial neste momento, não só por causa das alterações climáticas e do aquecimento global, mas também, no estilo de vida, na forma de nos relacionarmos com o consumo, e principalmente, de nos basearmos em recursos finitos, ou seja, não renováveis.
A idéia da “Amazônia Azul” não é nova. Já se ouvia falar dela desde a década de 70. O Atlântico Sul, principalmente na região da costa brasileira dentro do limite das 200 milhas sempre foi rico. Rico em pescado, em algas, em biodiversidade, etc. Mas essa idéia só começa a aparecer na mídia com o advento do pré-sal. Isto prova que tanto para a mídia, como para o governo, o interesse em uma idéia, qualquer que seja ela, está atrelado ao lucro de determinados grupos econômicos.
Investir centenas de bilhões em um combustível que jorrará mais caro do que o normal, que não é renovável, cuja produção oferece riscos ao meio ambiente, e que só atingirá o consumidor daqui a cinco anos, é no mínimo estar seguro do retorno do investimento, ou da permanência das variáveis econômicas, e até mesmo das variáveis tecnológicas. A alternativa é muito pior: Se não estiver seguro do retorno, então é porque está seguro de que poderá usar o poder político para manipular as variáveis, sejam as variáveis econômicas de produção e consumo, sejam as variáveis tecnológicas. Exemplo: Para continuar a vender gasolina o governo pode proibir o uso ou a importação de automóveis híbridos ou elétricos. Independente de o Governo estar certo ou errado, independente de estarmos em outro patamar tecnológico daqui a cinco anos ou não, independente do pré-sal dar lucro ou não, eu quero levar a discussão para outro lado, para o rumo dos recursos renováveis.
Assim como existe uma Amazônia Verde com riquezas como biodiversidade, recursos minerais, recursos hídricos, etc., assim como existe uma Amazônia Azul, também com riquezas como biodiversidade, também com recursos minerais e energéticos, existe também a Amazônia Amarela, o Sertão Nordestino, também conhecido como “semi-árido”. Qual seria a riqueza da região do semi-árido Nordestino?
Esta região, o Sertão Nordestino, possui, além da biodiversidade da caatinga, uma imensa reserva energética: O Sol. Se uma pequena porcentagem do semi-árido fosse totalmente ocupada com painéis solares (tecnologia PV), ou com torres de espelhos, ou com refletores semiparabólicos (tecnologias CSP), teríamos tanta energia que poderíamos cancelar a construção de usinas nucleares, desligar todas as usinas térmicas, produzir hidrogênio para gerar mais energia à noite quando não há sol, e ainda sobraria hidrogênio e energia elétrica para fornecer a automóveis híbridos, elétricos e a hidrogênio.
Se o Governo investe centenas de bilhões em um recurso não renovável, porque nem um único bilhãozinho para a Amazônia Amarela? O semi-árido sempre foi esquecido, sempre foi visto como um problema, mas agora com a crise da energia e com a crise climática, ele pode tornar-se uma solução. Mas, não é uma solução qualquer, pois o nosso Sol continuará a brilhar, pelo menos nos próximos quatro bilhões de anos, enquanto o petróleo do pré-sal terá acabado em apenas 20 anos de exploração. Mas investir na Amazônia Amarela não é só para ter uma fonte energética renovável e segura, é desenvolver economicamente uma região muito pobre, é levar empregos para o Sertão, é tornar todas esta região uma produtora e exportadora de energia. Com isto não faltarão recursos, idéias e tecnologias para levar água ao Sertão, seja através da transposição do Rio São Francisco ou não.
Viva a Amazônia Amarela! O Sol é nosso!